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Pai cavalga 2 mil km ao Sertão da PB para cumprir promessa e ver formatura da filha

O supervisor de obras Josemar de Oliveira, 50 anos, saiu de Brasília no dia 17 de março (Foto: Beatriz Fernandes/Arquivo Pessoal)
O supervisor de obras Josemar de Oliveira, 50 anos, saiu de Brasília no dia 17 de março (Foto: Beatriz Fernandes/Arquivo Pessoal)

Era 10h10 do dia 17 de março quando o supervisor de obras Josemar de Oliveira, 50 anos, saiu de Brasília em direção ao distrito de São Gonçalo, município de Sousa, no Sertão da Paraíba. Ele estava determinado a cumprir a promessa que fez à filha cerca de cinco anos atrás: cavalgar 2 mil quilômetros até o interior paraibano para participar da festa de formatura dela em medicina veterinária, pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB), no campus de Sousa.

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Para essa aventura, que vem sendo planejada há dois anos, ele montou uma estrutura de cuidados tanto para ele quanto para os animais que o acompanham nessa missão. A previsão é de que Josemar chegue a São Gonçalo no dia 15 de abril e a festa da filha, Beatriz Fernandes, 22 anos, será no dia 21 do mesmo mês.

Vão ser cerca de dois mil quilômetros percorridos até que ele reencontre a filha. Para essa longa viagem, ele fez um orçamento de cerca de R$ 15 mil e mais do que coragem para cumprir a promessa, ele precisou também de companhia.

Por esse motivo, a esposa dele, a dona de casa Lucimar Dantas, 51 anos, segue com ele na viagem, além de um casal de amigos, o produtor rural Cícero Duarte, 41 anos, e a dona de casa Maria das Graças, 36 anos. O casal é de Poço de José de Moura, também no Sertão da Paraíba, e conheceu os pais de Beatriz durante o planejamento da viagem.

Josemar é natural de Coremas, na Paraíba, mas ainda criança se mudou para São Gonçalo, onde morava a esposa, e há 29 anos foram morar em Brasília. Todos os anos ele visita o lugar onde passou boa parte da infância e da adolescência. Cavalgando, é a primeira vez que faz a viagem, o que está sendo ainda mais especial.

“Eu sempre tive vontade de fazer uma viagem longa a cavalo. Gosto muito de cavalgar. E quando Beatriz foi para Sousa fazer medicina veterinária eu achei que ela não ia aguentar, ia voltar para casa. Aí fiz a promessa e agora estou cumprindo”, explicou o supervisor de obras.

Cavalgada para comemorar chegada ao Sertão

Enquanto de um lado é grande a ansiedade de Josemar, Lucimar, Cícero e Maria das Graças, de outro, Beatriz também espera a chegada dos pais e dos amigos, que vão ser recebidos com uma cavalgada de Cajazeiras a São Gonçalo.

Pai fez questão de levar um mapa em vez de um GPS para seguir roteiro de viagem (Foto: Beatriz Fernandes/Arquivo Pessoal)
Pai fez questão de levar um mapa em vez de um GPS para seguir roteiro de viagem (Foto: Beatriz Fernandes/Arquivo Pessoal)

Ela espera pelo grupo com um pouco de receio pelos perigos aos quais os viajantes estão expostos no caminho. Mas o gesto do pai, que foi apoiado e abraçado pela mãe e pelo casal de amigos, é motivo de orgulho para ela. “Eu me sinto honrada e muito amada por ele fazer algo tão grandioso por causa de uma promessa que ele um dia me fez. Eu fico com o coração na mão aqui por estar longe. Acho que todo o amor que tenho pela profissão, foi pelo amor que ele me passou desde pequena pelos cavalos, principalmente”, comentou Beatriz.

Enquanto o reencontro ainda não acontece, a família se une pela certeza de que o esforço valerá a pena quando houver a concretização de um sonho idealizado por Josemar e Beatriz e que acabou contagiando toda a família.

Por Eloyna Alves, G1 PB

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