Paraíba

Homicídios de mulheres têm redução de 33% em seis anos na Paraíba

Resultado de imagem para Homicídios de mulheres têm reduçãoO número de homicídios de mulheres teve uma redução de 33,5% em seis anos, na Paraíba, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Seds). O levantamento do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (NACE) calculou os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) contra mulheres de 2011 a 2016.

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Em 2011, foram registrados 146 homicídios de mulheres, o maior número desde então. O ano de 2016 fechou com 97 crimes deste tipo. No ano anterior, foram 113 homicídios, o que corresponde a uma queda de 14% de 2015 para 2016.

A subcoordenadora das Delegacias da Mulher no estado, Renata Matias, ressalta que nem todos os homicídios de mulheres calculados pela Seds são resultado da violência doméstica ou classificados como feminicídio – que se trata do assassinato de mulher pela condição de ser mulher e é considerado crime hediondo.

O Centro da Mulher 8 de Março tem números que chegam mais perto dessa estatística. Os dados da organização se baseiam apenas nos casos divulgados pela mídia. Porém, o 8 de Março exclui os casos de latrocínio e bala perdida e ainda separa todos os crimes que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas, excluindo os homicídios que não estão relacionados com violência doméstica ou feminicídio.

Segundo os dados levantados pelo Centro da Mulher 8 de Março, houve uma queda de 45,6% nos homicídios de mulheres de 2012 (127) para 2016 (69). Comparando 2016 com o ano anterior, os homicídios caíram 4%, de 72 para 69. Desconsiderando os casos relacionados ao tráfico, a diminuição foi de 24% tanto no acumulado dos cinco anos quanto de 2015 para 2016, de 50 para 38 homicídios.

“A gente fica preocupado porque, no centro, a gente sabe que essa violência é um caso crítico da nossa sociedade, que não está tendo diminuição. A gente está dentro das comunidades, nos centros de serviços, e sabe do que está acontecendo na Paraíba, sabe da dificuldade dessas mulheres. Então a gente fica preocupado quanto à mídia. Será que a mídia está deixando de se interessar por esses casos, por essa área? Será que não estão mais se sensibilizando pela violência contra a mulher, estão sabendo se direcionar? O que é noticiado é o que acontece publicamente, não dentro de casa”, comentou a coordenadora do banco de dados do 8 de Março, a advogada Larina Lacerda.

A delegada Renata Matias explicou que as coordenações têm agido na prevenção à violência contra a mulher. Para isso, têm ido a canteiros de obras, colégios, associações de bairro para falar sobre o problema.

“As mulheres estão denunciando mais, estão tendo mais coragem. Elas veem que a Lei Maria da Penha está para ajudar e que a delegacia pode ajudar a sair dessa situação de violência. Também é importante levar conscientização às pessoas. Antigamente, diziam que em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Mas hoje vemos um aumento no número de familiares e amigos que procuram a delegacia para ajudar pessoas próximas porque sabem que elas não estão conseguindo sair sozinhas dessa situação”, ressaltou Renata.

G1 PB

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