Policial

Bando preso usava ‘novo cangaço’ em roubos a bancos

A quadrilha presa na manhã desta terça-feira (26) pela Polícia Civil da Paraíba, suspeita de roubos a bancos em seis estados do nordeste, é considerada de altíssima periculosidade pelo delegado Cristiano Jacques. O grupo é especialista em roubos a agências bancárias, na modalidade conhecida como "novo cangaço", segundo o delegado, e atuava em vários estados, sempre com o uso de armamento de fogo de alta capacidade de destruição (fuzil, submetralhadoras, pistolas, etc).

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A operação Canga, foi resultado de mais de um ano de investigação, segundo revelou o delegado Cristiano Jacques, que coordenou a ação policial. Seis homens foram presos acusados de roubar, em maio do ano passado, duas agências bancárias no município de Princesa Isabel, quando a cidade ficou cercada e a população em pânico, dentre outros bancos em vários estados do país. A quadrilha já teria agido pelo menos 12 vezes em seis estados do país, segundo a polícia.

 De acordo com as investigações, o patrimônio dos criminosos incluía casas, carros de luxos e chácaras e o Ministério Público vai solicitar a perda dos bens em favor do Estado. O grupo é remanescente de uma quadrilha originária do final da década de 80 para início de 90, de acordo com a polícia.

Os mandados de prisão foram cumpridos em Princesa Isabel e nos estados de Alagoas e Rio Grande do Norte. Segundo a polícia, a prisão dos envolvidos impediu que novos assaltos fossem realizados pela quadrilha, inclusive em Princesa Isabel, “tendo em vista que a quadrilha costuma repetir suas ações bem sucedidas tempos depois”. De acordo com o delegado, no período que a polícia investigou o caso, a quadrilha não realizou nenhum roubo a banco.

Marcas de tiros ficaram nas paredes do comércio em Princesa Isabel durante assalto em 2013 (Foto: Reprodução / TV Cabo Branco)Marcas de tiros ficaram nas paredes do comércio
em Princesa Isabel durante assalto em 2013
(Foto: Reprodução / TV Cabo Branco)

No assalto às agências bancárias de Princesa Isabel, segundo explicou o delegado, os crimes foram praticados por uma quadrilha armada com cerca de 12 integrantes, “subtraindo para si uma alta quantia em dinheiro, com emprego de violência e grave ameaça as pessoas que se encontravam no local”. As investigações contaram com o apoio das polícias da Bahia, Pernambuco e Alagoas, além de agentes da Polícia Federal do Rio Grande do Norte. O Ministério Público também participou do processo de investigação.

O nome da operação – Canga – foi dado em referência ao cangaço, luta revolucionária na qual os homens do grupo vagavam pelas cidades em busca de Justiça, e que teve como principal líder o famoso Lampião. O termo cangaço vem da palavra 'canga', que é uma peça de madeira usada para prender junta de bois a carro ou arado.

 

Valéria Sinésio
Do G1 PB
 

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