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Mais de 200 lixões ainda estão abertos em municípios do interior da Paraíba

Lixões ainda atraem catadores na Paraíba (Foto: Wellington Campos/TV Cabo Branco)Pelo menos 100 catadores passam diariamente pelo Lixão de Guarabira, no Agreste paraibano. Entre eles, estão meninas e meninos com idades entre 5 e 12 anos. Alguns estão acompanhados pelos pais e outros estão sozinhos, mas, assim como os adultos, todos buscam o que pode ser transformado em dinheiro.

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Durante esta semana, o JPB 2ª Edição exibe uma série de reportagens especiais sobre saneamento básico nos municípios da Paraíba. Nesta segunda-feira (15), o destaque é para o problema dos lixões, que ainda são mais de 200 no estado.

O fim destes equipamentos foi programado para agosto de 2014 em todo Brasil, mas a maioria das prefeituras ainda não conseguiu cumprir o prazo. No estado, sete consórcios para implantação de aterros sanitários estão em formação. São 90 municípios envolvidos. Para especialistas, faltou dinheiro, mas, principalmente, compromisso e planejamento.

Em Guarabira, antes do caminhão chegar com o lixo, os catadores já se reúnem, dividindo espaços com animais ao lado de lagoas de esgoto, esperando pela carga enquanto enfrentam um mau cheiro. “Se a gente não ficar, não pega não. É muita gente. É na disputa. [Separo] tudo. Plástico, bolsinha sacolinha”, explicou Rosineide Monteiro.

Às vezes, o que chega supera as expectativas. Um frango, mesmo com a data de validade indicando que o produto não estaria próprio para consumo após 24 de janeiro de 2016, vai servir como alimento para a família de Rosineide. “Tá bom todo. Dá pra a gente comer, levar pra casa”, disse a catadora.

Para Maria de Fátima da Silva, a prestação da casa compromete 70% da aposentadoria. Para fechar as contas no fim do mês, ela precisa encarar mais de 10 horas de trabalho. “Isso aqui não é vida pra a gente não. Não tem nada pra comer”, lamenta.

Há um consórcio formado na região de Guarabira envolvendo 18 cidades para a instalação de aterro sanitário na área. Um plano de gestão já foi elaborado, mas o consórcio ainda procura recursos para a construção do aterro. Ainda não foi marcada uma data para o fechamento do lixão de Guarabira.

G1 PB

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