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Grávidas enfrentam dificuldades para evitar contaminação pelo zika na PB

Hana fala que o cuidado para evitar os focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, têm que começar em casa (Foto: Jitana Cardins/ Arquivo pessoal)
Hana fala que o cuidado para evitar os focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, têm que começar em casa (Foto: Jitana Cardins/ Arquivo pessoal)

A preocupação das gestantes com o aumento no númeo de casos de microcefalia no país faz com que as mulheres passem por situações de sufoco para evitar a contaminação pelo zika vírus, principal vetor suspeito de causar o surto da malformação. Em Campina Grande, onde os primeiros casos da relação da doença com o zika vírus na país foram investigados, duas grávidas contam como estão se cuidando para evitar a contaminação pelo vírus.

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“É uma vida que vai chegar, vale o esforço”, explica a estudante de direito Samara Freire, de 29 anos. A jovem, que está grávida de dois meses, conta que descobriu a gravidez de surpresa, quando as primeiras notícias sobre o surto já estavam sendo divulgadas. “Foi um impacto. Fiquei muito preocupada em saber que a doença poderia ser causada pelo vírus. Saber que o estado é o segundo no país no número de gasos gera um medo enorme de acontecer com a pessoa”, disse.

Na sexta-feira (11), completou um mês que o governo federal declarou estado de emergência por conta do crescimento no número de casos de microcefalia no país. Desde então, o número de notificações na Paraíba cresceu de nove casos no dia 12 de novembro para 316 notificações até segunda-feira (5), sendo que em 40 deles a microcefalia foi descartada. Em todo o país, já são 1.761 casos em 13 estados e no Distrito Federal. Também são investigadas 19 mortes de crianças em oito estados. No último dia 4, a Paraíba também decretou emergênciapor causa da quantidade de casos de malformação notificados.

Samara comenta que após descobrir a gravidez, passou a tomar vários cuidados para evitar a contaminação. “Tenho evitado utilizar roupas escuras, passando repelente a cada quatro horas e também utilizo camisas de mangas compridas o tempo inteiro. O calor nesta época do ano é muito ruim, mas tomos todos os cuidados. Mesmo com o desconforto, o bebê é mais importante”, comentou. A estudante explica que teve zika no mês de maio e que se preocupa por conta disso. “Minha médica falou para não se preocupar, porque não tem nenhum caso relacionado a ter o vírus antes da gravidez, mas todo cuidado é pouco, por isso tenho me cuidado bastante”, concluiu.

O caso da consultora de vendas Hanadenize Oliveira, de 28 anos, é diferente do de Samara, mas ela também tem tomado todos os cuidados. “Eu já estava grávida de seis meses quando foi confirmada a relação entre a doença e o vírus. Procurei o meu médico e ele informou que eu já tinha passado do período de risco, que é até os quatro meses, mas como é tudo muito novo, não sabemos como se desenvolve a doença, fui orientada a ter os mesmos cuidados de quem está no período de risco”, diz.

Hana, como prefere ser chamada, fala que o cuidado para evitar os focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, têm que começar em casa. “Já tínhamos um cuidado anteriormente, agora é redobrado. Inclusive oriento todas as pessoas a combaterem como puderem os criadouros dos mosquitos. Tenho que me cuidar, mas também cuidar das outas pessoas”, comenta.

A consultora ainda explica que é importante que as mulheres mantenham os cuidados orientados pelos médicos em relação a usar o repelente e também roupas compridas, mas que também não fiquem preocupadas com tudo o que é falado sobre o assunto. “Há a preocupação, mas às vezes o que as pessoas divulgam e comentam pode estar equivocado ou exagerado. Então não adianta criar um desconforto sem precisão. O importante é manter o cuidado para evitar ser picada pelo mosquito e também ajudar no combate. Só assim ficaremos livres de ser contaminadas”, completa.

Microcefalia
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Inicialmente, o Ministério da Saúde considerava que bebês com circunferência da cabeça igual ou menor que 33 cm tinham a malformação. Entretanto, no último dia 4, um novo parâmetro passou a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm ou menos de circunferência.

Do G1 PB

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