Política

Sertaneja é coordenadora da campanha de Marina

Um dia depois de lançar Marina Silva como candidata à Presidência no lugar de Eduardo Campos, morto tragicamente na semana passada, o PSB teve seu primeiro problema com a nova configuração da nova chapa, que tem o deputado socialista Beto Albuquerque como vice de Marina. O coordenador geral da campanha, Carlos Siqueira, primeiro-secretário do PSB, resolveu deixar o posto por divergências com a Rede, de Marina. À noite, o PSB divulgou nota oficial informando que Luiza Erundina assumirá seu lugar.

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"O Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, designou a deputada Luiza Erundina (SP) para coordenar a campanha da Coligação "Unidos Pelo Brasil". Luiza Erundina substitui Carlos Siqueira na coordenação geral da campanha", diz o cumunicado.

A escolha de Erundina foi acertada durante uma reunião entre Amaral, Siqueira e Marcio França, presidente do PSB paulista, na noite desta quinta-feira, no comitê central da campanha presidencial em São Paulo. Erundina é um dos integrantes do PSB mais próximos de Marina.
 

Erundina nasceu em Uiraúna-PB
Nasceu no dia 30 de novembro de 1934 na cidade de Uiraúna, PB. É a sétima de dez filhos de um artesão de selas e arreios de couro. Começa a trabalhar ainda na infância, vendendo bolos feitos pela mãe.

Repete a 5ª série duas vezes para não parar de estudar, uma vez que a cidade não tinha curso ginasial. Vai morar em Patos, com uma tia, em 1948, para cursar o ginásio. Forma-se em Serviço Social na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, em 1967, e segue para São Paulo em 1971 para fazer mestrado na Escola de Sociologia e Política. Luíza Erundina sonhava ser médica, contudo, por dificuldades de ordens diversas, viu-se obrigada a suspender os seus estudos durante nove anos. Mesmo assim, ajudaria a fundar, em Campina Grande, a Faculdade de Serviço Social.

Por vias da militância católica, ela assumiria, em 1958, o seu primeiro cargo público: aos 24 anos de idade, tornar-se-ia diretora de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Campina Grande. E, em 1964, seria nomeada secretária de Educação e Cultura dessa cidade.

Erundina graduou-se como assistente social, em 1966, pela Universidade Federal da Paraíba; e, em 1970, concluiu o mestrado em Ciências Sociais, pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Vale registrar que, em Campina Grande, na década de 1970, ela iniciava a sua atuação na esfera política, participando das Ligas Camponesas e fazendo oposição ao Golpe Militar. E que, naquela cidade e período histórico, a participação de mulheres nordestinas, na política, praticamente inexistia. Por essa razão, ela passaria a sofrer perseguições.

Foi em 1971 que Erundina decidiu se transferir para São Paulo em definitivo; e, ainda nesse ano, foi aprovada em um concurso público para assistente social da Prefeitura, indo trabalhar com os nordestinos migrantes nas favelas da periferia da cidade.

Com o Globo

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