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Prefeita e militantes excedem limites em comemoração no Ceará

São várias as denúncias vindas do município de Tarrafas acerca da comemoração de militantes, liderados pela atual prefeita Antonia Simião Lopes (PSB), conhecida como Teca Lopes, em prol da prefeita eleita Lucineide Batista de Oliveira (PSB), conhecida como Lucinha.

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Segundo as denúncias a comemoração da vitória sobre o candidato do PT, José Alcântara de Araújo Neto (Neto), na segunda-feira (8), excedeu o limite da “baixaria, escândalo, vandalismo e falta de respeito,” classifica Alex Lêu, filho do vereador reeleito Valdeci Lêu (PT).

“Durante a passeata houve gestos obscenos, garrafas quebradas, tambores de lixo revirados, além de tentativa de ridicularizar o candidato adversário,” disse Alex. (Foto: Alex Lêu)

O caso mais visível aconteceu na Vila Cajazeiras do Jiló, onde, segundo informações, aconteceu uma invasão de carros, motos e militantes a pé, percorrendo as ruas com um caixão, contendo fotos de adversários. A atitude teria indignado adultos e assustando crianças e idosos.

“Durante a passeata houve gestos obscenos, garrafas quebradas, tambores de lixo revirados, além de tentativa de ridicularizar o candidato adversário,” disse Alex. Mas, o ponto alto da baderna, segundo parte dos moradores, foi a invasão na igreja pelas pessoas carregando o caixão, quando tocaram o sino várias vezes.

O ponto alto da baderna, segundo parte dos moradores, foi a invasão na igreja pelas pessoas carregando o caixão, quando tocaram o sino várias vezes. (Foto: Alex Lêu)

Durante a invasão da igreja houve a "fala" da prefeita Teca Lopes, que aderiu um tom de xingamento e revolta com as pessoas daquela localidade. A prefeita chegou a dizer, segundo testemunhas, que seus adversários, quando necessitarem de carros, remédios ou algo do tipo, não apareçam na prefeitura.

Descontrole total

A eleição de Tarrafas foi bem disputada e, transcorreu, sempre num clima de tensão muito alto. A candidata da prefeita, Lucinha, venceu com 2.864 votos. O candidato petista teve 2.827 votos. Foram 445 votos brancos e nulos, e 1.259 abstenções. Uma maioria de apenas 37, em favor da candidata da situação.

Mas, nada justifica tal atitude. A vitória para a prefeita, inclusive, não deveria ter sido motivo de comemoração. Uma diferença de apenas 37 votos para quem já governa a tanto tempo é um sinal de que algo está errado. E, aí, intimidar e ameaçar as pessoas, não é o caminho para resgatar essa popularidade abalada significativamente nessa eleição.

Ao que parece o alvo principal da prefeita foi a casa de vereadores adversários. A prefeita precisa entender que a oposição faz parte da democracia e que o tempo da ditadura e do coronelismo já passou. Além do mais a candidata eleita Lucinha será, obrigatoriamente, a prefeita de todos os tarrafenses. Não adianta dizer que não dará assistência a quem votou em outro candidato. É para isso que existe o Ministério Público, exatamente, para identificar e punir esses abusos de poder.

A notícia que nos chegou dá conta, ainda, de que a própria prefeita, depois de passar por várias comunidades, e chegar a sede do município, no encerramento da passeata, tocou fogo no caixão em praça pública. Lamentável!

É importante deixar claro que não somos contra comemorações, mas elas devem acontecer dentro de uma conduta ética, um mínimo de respeito ao adversário e a população, que tem direito ao contraditório na urna. A população tem o direito de escolher quem quiser e deve ser respeitado, independente, do resultado.

 

Portal Miséria

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