Policial

Polícia prende 23 suspeitos de tráfico no Sertão do estado

As Secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária da Paraíba anunciaram durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (21) que foram cumpridos os 23 mandados de prisão expedidos pela Justiça para a Operação Hidra. O objetivo da ação é combater o esquema de tráfico de drogas em municípios da região que seria comandando dentro celas do Presídio Regional Romero Nóbrega, em Patos. Entre os presos estão o atual diretor, o ex-gestor da unidade e cinco agentes penitenciários.

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De acordo com o secretário estadual de Administração Penitenciária, Harrison Targino, o diretor da penitenciária foi preso em João Pessoa e já foi exonerado da função. Além dele, os demais servidores suspeitos de envolvimento deverão responder a um inquérito administrativo, em paralelo às investigações que já foram instauradas pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público da Paraíba.

Os presidiários que comandariam o tráfico de drogas de dentro das celas, o ex e o atual diretor e os cinco agentes penitenciários suspeitos foram transferidos para o presídio de segurança máxima PB1, na capital. Os demais suspeitos foram levados à delegacia de Patos para prestar depoimento.

A operação foi realizada com a participação de cerca de 250 policiais civis e militares, que fizeram buscas nas cidades de Patos, São Bento e Teixeira, na Paraíba, além de São José do Egito, em Pernambuco.

Como funcionava
Conforme a polícia, a organização criminosa atuava distribuindo drogas originárias da Bolívia e do Paraguai para cidades da Paraíba e de Pernambuco. De acordo com o delegado do Grupo de Operações Especiais, Rodolfo Santa Cruz, o esquema seria comandado por dois irmãos presidiários de Patos, com a conivência e facilitação do ex-diretor e da atual direção do Presídio Regional Romero Nóbrega, além da participação de cinco agentes penitenciários.

A polícia e o Ministério Público também apuram o uso de carros oficiais da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária na escolta de presos do regime fechado, que teriam sido levados por funcionários de presídios para administrar o tráfico junto a grupos criminosos em bairros. Ainda é investigada a participação de pessoas em São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Envolvidos sofriam atentados, diz polícia
De acordo com as Polícias Civil e Militar, o grupo também atuaria nas execuções de pessoas que tentavam denunciar o esquema. Uma das vítimas seria um detento preso na Operação Laços de Sangue. Ele foi detido no Rio Grande do Norte e supostamente integrava grupos de pistoleiros comandandos por famílias do Sertão paraibano.

O presidiário morreu no dia 7 de outubro de 2011, durante um incêndio na enfermaria do Presídio Regional de Patos. A Secretaria de Segurança e Defesa Pública da Paraíba determinou a abertura de uma sindicância para apurar se o incêndio foi criminoso ou acidental, porém o resultado não foi divulgado.

No mesmo mês, o então diretor do mesmo presídio onde aconteceu o incêndio sofreu um atentado e teve o carro atingido por mais de dez tiros. Na época, a Polícia Civil afirmou que a tentativa de homicídio tinha relação com a Operação Laços de Sangue, porém a Segurança Pública apura o envolvimento do ex-diretor no esquema de facilitação de tráfico de drogas.

Do G1 PB
(Foto: Patos Online)

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