Paraíba

Petróleo está “abaixo do esperado” no Alto Sertão

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Está previsto para a próxima semana o término da perfuração do terceiro poço para exploração de petróleo na bacia do rio do Peixe, localizada no Alto Sertão paraibano, no município de Santa Helena. O gerente de exploração da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará, Guilherme Assunção Gontijo, disse, durante visita ao local na manhã de ontem, que dependendo do resultado do estudo sobre a viabilidade comercial da área, outro poço será perfurado na região. “Essa possibilidade está condicionada diretamente ao estudo que deve ficar pronto até o final deste mês sobre os três poços iniciais”, destaca. “Esse estudo vai nos dizer se tem petróleo, a quantidade e quanto a Petrobras vai gastar para produzir”, acrescenta. “O resultado que temos até então foi aquém do que esperávamos”, declara. “Mas as respostas definitivas só teremos ao final”.

Se o estudo apontar a viabilidade, pelo menos cem empregos devem ser gerados para dar continuidade aos trabalhos. A perfuração do terceiro poço, intitulado Triunfo, começou na terça-feira da semana passada. Sua profundidade é de aproximadamente 350 metros, conforme informações de Gontijo. A Petrobras iniciou a perfuração do primeiro poço na bacia do rio do Peixe no mês de dezembro. “Em janeiro houve a perfuração do segundo poço e, se o estudo trouxer boas notícias, logo iremos iniciar os trabalhos de perfuração do quarto poço”, explica. O estudo está na fase de laboratório e o resultado será comunicado, primeiramente, à Associação Nacional de Petróleo (ANP), que por sua vez torna público a toda a sociedade. A proposta inicial da Petrobras era perfurar entre um e quatro poços na área. Já foram investidos R$ 23 milhões.

Segundo o gerente, a qualidade do petróleo depende de vários fatores, mas os principais são o tipo de matéria orgânica e como foi a preservação do material no reservatório. Na primeira fase dos trabalhos na bacia do rio do Peixe, para a realização do levantamento sísmico, foram gastos cerca de R$ 16,5 milhões.

 “Atualmente estamos na etapa de estudo, feita em escritório, na qual os custos são bem menores”, afirma Gontijo. “A fase de laboratório vai revelar a ocorrência ou não de indícios de petróleo”, completa. A fase de levantamento sísmico sofreu atraso devido às chuvas registradas na região no período. Os outros dois poços já foram concluídos.

Os três poços perfurados pela Petrobras na Paraíba são considerados rasos, o que contribui para a diminuição dos custos. “O primeiro tem 900 metros de profundidade e o segundo 400 metros”, explica o gerente, lembrando mais uma vez que o terceiro poço deve atingir, no máximo 350 metros de profundidade. Mas a continuidade dos trabalhos depende do estudo de viabilidade comercial. “A maior parte da perfuração de poços é abandonada, o risco sempre é muito alto”, afirma o gerente,. Segundo ele, em todo o mundo, a cada cinco poços perfurados, apenas um tem vantagem comercial. Se houver viabilidade, a produção do petróleo começaria em aproximadamente um ano na Paraíba.

A Petrobras comprou o bloco da bacia do rio do Peixe, durante leilão da ANP, em 2007. Outras empresas, como a UTC Engenharia, também estão perfurando poços na região que abrange os municípios de Santa Helena e Triunfo, a 500 km de João Pessoa. Os três poços receberam os nomes de Pilões, Santa Helena e Triunfo, respectivamente. A localização deles está nos distritos de Melancia, Santa Rita e Areias, todos no município de Santa Helena. Se a viabilidade for apontada na bacia do rio do Peixe, o quarto poço será perfurado nas proximidades do terceiro, em uma distância de 3,5 quilômetros.

Jornal da Paraíba

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