Palmas para manifestações civilizadas

Venho observado que as manifestações contra o golpe e em defesa da democracia, por este país afora, têm como bússola norteadora o espírito democrático, em outras palavras, os militantes da democracia e do bem-estar brasileiro vêm se comportando de forma bem civilizada, o que demonstra elevado grau de maturidade política.

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Milhares de cidadãos e cidadãs, esquerdistas, nacionalistas e progressistas estão, de forma corajosa, firme e convicta, indo às ruas para gritar bravamente contra um possível  golpe institucional e defender a jovem democracia. Alguns portam bandeiras de seus partidos, de suas associações, de seus sindicatos, outros com faixas com chavões pertinentes, com dizeres apelativos e,  assim,  de forma  organizada, festiva, bonita, todos, numa voz uníssona, gritam em defesa do Estado Democrático de Direito, da Constituição cidadã, dos  seus direitos adquiridos, graças aos governos  de Lula e Dilma.

O povo está na rua, com força, coragem, bravura, determinação, na luta contra aqueles que querem que o Brasil entre na orbita do retrocesso político, econômico e social. Esse mesmo povo, do alto de sua elegância, civilidade, grita: não aceitamos retrocesso nem golpe. É o verdadeiro Brasil mostrando sua cara. O Brasil de todas as classes trabalhadoras, de todas as raças, credos, classes sociais e de diversos segmentos políticos e manifestações culturais.

Nessas mobilizações, ninguém pensa em si, no seu bem-estar pessoal, no seu sucesso ou  manutenção do seu status quo.  Egoísmo, individualismo, não faz parte do seu cardápio de protesto. O que impera é o bem-estar de todos, da coletividade, do país. A luta não é defesa de um grupo, de um partido político, de uma ideologia, mas é a luta do povão em defesa da justiça social, da cidadania, dos seus direitos inalienáveis, enfim, é a batalha democrática, pacata e respeitosa por um país mais justo, igualitário, humano e digno. É esse povo organizado, politizado, pacífico, que pensa no seu país, no seu progresso sociopolítico-econômico.

Intolerância, radicalismo, preconceito, ódio, rancor, discriminação político-ideológica, contra as pessoas que divergem politicamente não há. Ninguém xinga, maltrata ou desdenha do seu opositor. Não há expressões ásperas, deselegantes, injustas contra quem quer que seja. O outro é objeto de respeito. O nível de educação dos militantes da democracia e do verdadeiro Brasil é altamente civilizado, educado, respeitoso e democrático.

O povo grita, canta, pula, dança. Nessa hora todos são iguais, não há divisão de classes, raças, credos etc. Ninguém se comporta com tal, de salta alto, com expressão de revanchismo, ou espírito de vingança. Todos são bem-vindos. O que vale nessa hora de marcha, de caminhada cívica, é a união em torno de uma causa nobre: a luta contra um possível  golpe institucional, pela democracia e preservação das políticas públicas de inclusão.

Que lindo, que emoção, ver o povo alegre, bem humorado, com ideias na cabeça, com propostas políticas, com espírito revolucionário de mudanças, de transformações, sem revanchismo e ofensas, cantando o hino nacional e a famosa canção “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré:

 
“Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontece…”

Padre Djacy Brasileiro, em 07 de  abril de 2016.
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