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Saúde debate sobre doação e transplante de órgãos na Assembleia Legislativa

A Paraíba tem 75% de recusa familiar para doação de órgãos.

Até o dia 31 de agosto, foram realizados 131 transplantes no Estado, sendo: 102 de córnea; 12 de rim cadáver; seis de rim intervivo e 11 de fígado. No mês de agosto, foram notificados 14 potenciais doadores, dos quais 10 foram diagnosticados como morte encefálica e, destes: dois foram doadores efetivos; um doou, mas parou antes da retirada e sete tiveram negativas familiares. A Paraíba tem 75% de recusa familiar para doação de órgãos.

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Os dados foram informados durante audiência pública sobre transplantes e doação de órgãos na Paraíba na tarde desta segunda-feira (2). A sessão aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa e contou com a participação do secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, gestores da rede estadual de saúde, profissionais de saúde, pacientes transplantados, além de autoridades políticas.

“Tivemos um aumento de 200% de transplantes de fígado no nosso Estado. Com as campanhas, esperamos superar ainda mais essa marca. Esse trabalho de conscientização e educação, junto com as famílias e a sociedade, é de suma importância para salvar vidas”, disse o secretário de Saúde, Geraldo Medeiros.
No momento, a lista de espera está assim: 342 para Córnea; um para coração; sete para fígado; 283 (148 ativos) para rim.

“Após assumir a Saúde do Estado, nós observamos que tínhamos um número diminuto de doação de órgãos na Paraíba e, em função disso, tomamos uma série de medidas administrativas no sentido de reoxigenar algumas coordenações e, consequentemente, melhorar o número de doações”, pontuou Geraldo Medeiros.

O secretário enfatizou, ainda, que aumentar a quantidade de doações de órgãos no Estado requer um trabalho contínuo em parceria com a sociedade. “Devemos sensibilizar o cidadão e explicar que, após detectada a morte encefálica, isto é, quando o cérebro morre e o coração ainda está batendo, isso significa a morte do paciente. Não restam outras alternativas. Os parentes desta pessoa que morreu, diante da triste perda, precisam ter a percepção de que, a partir do momento em que eles liberam os órgãos do seu ente querido, salvam a vida de cinco pessoas”, explicou Geraldo.

Durante a sessão, foi mencionada a possibilidade de interiorização da captação de órgãos no Estado. “Temos uma população superior a quatro milhões de habitantes na Paraíba que demanda uma coordenação, sobretudo no Sertão, que abrange aproximadamente 500 mil pessoas. Essa é uma das ideias que devem ser tentadas para melhorar o número de doações de órgãos e, consequentemente, o número de transplantes”, afirmou o secretário Geraldo Medeiros.

O diretor da Central de Transplantes da Paraíba, Luiz Gustavo, informou que o Estado tem 75% de recusa familiar. “A motivação de falar com as pessoas de forma direta, através dos meios de comunicação e dentro das unidades hospitalares, é uma das melhores ferramentas estratégicas pra diminuir essa recusa das famílias. Preciso aplaudir os colaboradores pelo empenho diário, são verdadeiros guerreiros, mas não adianta termos uma excelente equipe e a família não entender do que se trata a doação de órgãos e transplantes. Percebemos que esses parentes não entendem o que é a doação de órgãos e, por isso, é tão importante este debate, porque todas as classes precisam ter acesso à informação”, esclareceu Luiz Gustavo.

Diego Dantas recebeu um transplante de rim há um ano e contou que, de lá pra cá, ganhou uma vida nova. “Passei por um tratamento pesado de hemodiálise, senti na pele todas as dificuldades da captação e doação de órgãos. Minha esposa fez os exames, foi compatível e foi a doadora. Minha vida mudou totalmente, meu estilo de vida hoje é bem diferente, tudo novo. Doar órgãos é um gesto muito bonito, dessa vida a gente não leva nada. Indico a todos que avisem aos parentes sobre a vontade de ser doador, dessa forma, deixe seu legado aqui na Terra ajudando outras pessoas”, disse ele.

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