Cultura

Pião brinquedo popular, capaz de fazer o tempo parar

Manipulado com destreza, o cordão chamado de fieira faz o pião girar. Foto: (Roberto Faria).

Fazê-lo girar era um desafio, e para os mais hábeis, uma arte. Sua história, como a de outros brinquedos, acompanha as origens da humanidade. até mesmo capaz de rodar o tempo, ele encantou diferentes gerações com essas mesmas evoluções.  Estamos falando do pião, que se tornou um dos brinquedos mais populares até a geração videogame & computador.

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Prova científica está nos vestígios de piões de argila, datados de 4000 a.C que foram encontrados na beira do rio Eufrates (atual Iraque). Gregos, troianos e romanos também se divertiam com eles, além de citá-lo em vários textos. Para Platão, por exemplo, o pião servia como metáfora do movimento, além disso, em culturas do oriente, como China e Japão, ele era manejado com tamanha habilidade, que era exibido em espetáculos, equilibrados em fitas, tábuas, ou como nossas crianças até hoje fazem, na palma da mão, girando, girando

Os mais comuns são os piões feitos de madeira, que têm a ponteira de ferro. Um cordão, também chamado de fieira, é enrolado em volta do brinquedo. Manipulado com destreza, é ele que faz o pião girar.

A habilidade do jogador determina o local onde cairá o brinquedo e com qual velocidade.É uma brincadeira que se pode jogar sozinho ou com um grupo de amigos -que serão desafiados. Organizadas em turma, as crianças inventam diferentes “batalhas”.

Em algumas delas, o objetivo nem é fazer o pião girar, mas tirar aquele que está enterrado na areia.

Como outras brincadeiras tradicionais, o pião está desaparecendo, levado pelos modismos e pela revolução tecnológica. Mas ainda que vez por outra reapareça sobre outras formas, modificadas, como o pião mecânico beyblade, que se utiliza de formas de jogo baseadas no tradicional e uma cremalheira de plástico que nem de longe tem a versatilidade da boa e velha corda, o velho pião vai deixando saudades no peito de quem já puxou desafiadoramente uma fieira em uma estridente roda de moleques.

Não se trata de nostalgia do passado, uma brincadeira como essa, relativamente barata e empolgante, merece ser preservada e apresentada aos jovens.

Por Ismênia Salviano
Radar Sertanejo

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