Brasil

Posse de Temer como presidente dura 13 minutos e não tem discurso

Posse de Temer como presidente dura 13 minutos e não tem discursoO agora presidente efetivado, Michel Temer (PMDB), tomou posse na tarde desta quarta-feira (31) em cerimônia no plenário do Senado Federal, mesmo local onde horas antes os senadores decidiram pela destituição de Dilma Rousseff do cargo de presidente da República.

- PUBLICIDADE -

Muito aplaudido pelos seus aliados – maioria no Congresso –, Temer optou por não fazer um pronunciamento em sua posse, realizando apenas o juramento protocolar. A decisão de não discursar na cerimônia se deve ao fato de ele ter gravado mais cedo uma mensagem à nação que será exibida em cadeia de rádio e televisão ainda nesta quarta-feira.

O peemedebista de 75 anos de idade que ascendeu ao cargo de presidente do País no dia 12 de maio, quando Dilma foi afastada temporariamente pelo Senado, permanecerá no cargo até o fim de 2018.

A sessão que deu posse a Michel Temer foi presidida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), –antigo aliado de Dilma Rousseff. Ao cumprimentar o novo presidente, Renan sussurrou as palavras tamo junto [sic], conforme foi possível ouvir em áudio vazado na transmissão oficial da TV Senado.

Em seu discurso de aproximadamente cinco minutos que será transmitido a todo o País, Temer acena para o mercado e enaltece a capacidade de seu governo para recuperar a economia do Brasil. O peemedebista também fala sobre a reforma da Previdência, uma das medidas mais atacadas pelos seus opositores. Durante o julgamento do impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff chegou a dizer no plenário do Senado que o governo interino queria “retirar direitos sociais” e revisar a idade mínima para a aposentadoria para 70 anos – fato que foi negado posteriormente pelo Planalto.

“Todas as propostas do governo Michel Temer são para assegurar a geração de emprego, garantir a viabilidade do sistema previdenciário e buscar o equilíbrio das contas públicas. E todas elas respeitarão os direitos e garantias constitucionais”, informou o governo em nota.

Michel Temer acompanhou a votação que definiu o afastamento de Dilma Rousseff no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, acompanhado de sua mulher, Marcela, e de ministros próximos, como Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de governo), Alexandre Moraes (Justiça).

O peemedebista recebeu várias ligações cumprimentando-o enquanto estava ainda no Jaburu. Uma delas foi do senador Aécio Neves, que também se queixou da postura de Renan e do PMDB, que preservaram os direitos políticos de Dilma.

Temer recebeu por volta das 16h desta tarde a notificação de que é o novo presidente da República pelas mãos do deputado Beto Mansur (PRB-SP) e do senador Vicentinho Alves (PR-TO).

Temer e sua equipe classificaram a decisão dos senadores de manterem os direitos políticos de Dilma como “uma vergonha, um escândalo”. Segundo interlocutores do presidente efetivado, Temer rejeita essa ideia de separação das votações e considerou esta decisão “despropositada”. Estes mesmos assessores acreditam que “houve mesmo um acordão” entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, com a ajuda de inúmeros senadores do PMDB.

Ainda nesta quarta-feira, Temer viagem com uma comitiva oficial para a China, onde participará do encontro do G-20, o grupo formado pelas 19 economias mais fortes do mundo, além da União Europeia. Durante a viagem do peemedebista, a presidência do País ficará interinamente com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

IG

Deixe uma resposta