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Governo incentiva agricultura familiar em Nazarezinho, no Alto Sertão

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Governo do Estado incentiva agricultura familiar em Nazarezinho

A perseverança e a dedicação fizeram do agricultor familiar Alcino Alves Pedrosa, da Comunidade Trapiá, no município de Nazarezinho, Sertão paraibano, um modelo na produção de hortaliças na região de Sousa, o que permitiu uma melhor condição de vida para sua família. Trabalhando numa área de 12 hectares doada pelo seu pai, há 18 anos sendo assistido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater) e seguindo corretamente as orientações técnicas, tem obtido bons resultados.

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Suas plantações são visitadas por técnicos e agricultores de municípios vizinhos, que desejam conhecer o trabalho ali realizado. No início, mesmo com pouca experiência nesta atividade, ele realizava o plantio de hortaliças como coentro, cebolinha e alface. O agricultor demonstrou interesse em colocar em práticas as técnicas corretas de manejo e cultivo apresentados pelos extensionistas da Emater de Nazarezinho e logo começaram a surgir os resultados positivos.

O coordenador regional da Emater em Sousa, Francisco de Assis Bernardino, informou que à época o produtor rural, orientado, decidiu fazer investimentos na propriedade. O extensionista Aldo Abrantes elaborou um projeto de financiamento para a recuperação de um açude no ano de 2010, através do Pronaf, junto ao Banco do Nordeste, o ponto de partida para garantir água que seria utilizada de forma racional na irrigação de seu plantio.

Com a reserva hídrica estratégica garantida e seguindo rigorosamente as técnicas de manejo apresentadas, Alcino Pedrosa iniciou na época o cultivo de hortaliças, mesmo com pouca experiência. “Com a contribuição da Emater, com a boa vontade e os investimentos feitos no imóvel, hoje o agricultor está obtendo os resultados desejados”, comentou o técnico.

“Este imóvel é modelo em toda a região de Sousa, recebe constantes visitas de agricultores e técnicos de outros municípios que querem conhecer os frutos do nosso esforço”, comentou o agricultor.

Alcino Pedrosa integra a Associação Comunitária Isaú Pedrosa de Lima, constituída de 72 agricultores familiares, e grande parte dos associados cultiva os mesmos produtos. “No entanto, apesar do esforço dos demais, Alcino é o que mais se destaca, sobretudo porque trabalha com a integração de todos da família”, comentou Assis Bernardino.

No ano de 2015, apesar da prolongada estiagem e a escassez de água, o agricultor realizou em épocas diferentes o plantio de várias culturas. Durante o ano foram dois plantios de melancias, sendo o primeiro em junho e outro em outubro, em área de 0,5 e 0,3 hectares; ele utilizou irrigação por gotejamento e obteve uma produtividade de 23.700 quilos e 14.800 quilos, respectivamente em cada plantio, comercializando no sítio ao preço médio de R$ 0,70 o quilo.

Também plantou melão em épocas diferentes, em agosto e outubro, com uma produção de 8.700 quilos e 9.800 quilos em cada colheita, vendido a R$ 1,10kg e 1,20kg, respectivamente. Outra cultura foi o feijão, que plantou uma área de 0,4 hectares em janeiro, obteve uma colheita de 6.000 quilos, comercializados a R$ 2.00 o quilo. Numa área de 0,6 hectares, em janeiro do ano passado ele plantou abóbora cabocla, obtendo uma colheita de 7.200 quilos, que foi vendida ao preço médio de R$ 1.20 o quilo.

No mês de junho, trabalhando racionalmente os recursos hídricos disponíveis, o agricultor plantou 0,4 hectares de tomate, obtendo uma produção de 22,5 toneladas, também neste período cultivou 0,6 hectares de batata doce, obtendo uma produtividade de 6.600 quilos. Com relação ao milho verde, ele cultivou em janeiro apenas 0,2 hectares, obtendo uma produção de 2.000 quilos.

Durante o ano de 2015, o agricultor comercializou toda sua produção para o Programa de Aquisição de Alimento (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), seguindo o calendário de entrega. Nestes dois programas de compras governamentais, conforme o preço praticado, a melancia foi entregue a R$ 0,69 o quilo e R$ 1,56 o quilo de milho verde.

Quando começou a receber assistência técnica da Emater, hoje empresa integrante da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Alcino Pedrosa, plantou numa pequena área, coentro, alface e cebolinha e agora tornou-se uma referência na região.

Ele entrega a sua produção em todos os supermercados da região, o excedente da produção vende na feira livre de Sousa, tudo sendo transportado em seu próprio veículo. “Tudo o que temos, hoje, tem a colaboração da Emater, que nos orienta. Temos como produzir e a comercialização garantida”, comentou o agricultor.

Suas quatro filhas estudam e, nas horas de folga, ainda ajudam nas atividades de colheita da produção. “Sem que haja prejuízo para seus estudos”, completou.

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