Cultura

No sertão: Conheça a história do ‘Lampião da Paraíba’

Lampião da PBÉ no Alto Sertão paraibano, a 480 km de distância da capital João Pessoa, que vive Laudemiro Fernandes de Almeida. Mais conhecido como o “Lampião da Paraíba”, o morador de São João do Rio do Peixe começou a se interessar pela história do cangaceiro mais famoso do Nordeste muito jovem, aos 14 anos. Vestido a caráter, com bota, calça, chapéu de couro, gibão, cartucheiras e rifle na mão, seu Laudemiro recebeu a equipe da TV Paraíba, com quem compartilhou parte da sua história. (Veja no vídeo acima)

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“Estou muito feliz de viver nessa vida que eu vivo, incorporada a Lampião”, disse Laudemiro ao lembrar que os primeiros contatos com a vida do “Rei do Cangaço” vieram das histórias contadas pela avó dele, que relatava o medo que a população tinha do cangaceiro. O interesse foi tanto que Laudemiro tão logo aprendeu a ler,  passou a se dedicar à história de Virgulino Ferreira da Silva.

“Procurei aprender a ler para poder aprender a história dele, me dediquei muito lendo. Até hoje eu continuo assim e até os meus últimos dias de vida será assim”, afirma.

Com 63 anos, seu Laudemiro se orgulha de já ter passado metade da vida vestido como Lampião durante 24 horas por dia. Segundo o paraibano, a vida dele mudou depois que ele teve um sonho e passou a se vestir como Lampião. Apesar do passado sangrento de Virgulino Ferreira, o Lampião da Paraíba é querido por todos os moradores da cidade de São João do Rio do Peixe.

“Laudemiro é uma pessoa que faz os amigos se aproximarem dele. Uma pessoa que só deseja o bem, apesar de ter essa característica de Lampião, mas é uma pessoa maravilhosa”, disse o aposentado Zacarias Fernandes, que faz questão de tirar uma foto com seu Laudemiro sempre que passa por São João do Rio do Peixe.

Devoto do Padre Cícero, o Lampião da Paraíba já foi casado e ficou viúvo três vezes, mas afirma que nunca encontrou a sua “Maria Bonita”. “Até hoje eu não encontrei uma mulher com esse perfil, sabe, de Maria Bonita, que tivesse admiração pelo cangaço, se dedicasse de corpo e alma a essa vida”, disse.

Se no imaginário popular impera uma imagem violenta do Rei do Cangaço, para seu Laudemiro, Lampião foi um exemplo de coragem e luta.

“Durante essa vida minha, vestido de Lampião por onde eu já passei, certa vez um cidadão em João Pessoa me parou e me perguntou se eu não achava que era exagero, com tanta violência no Brasil eu fazer apologia à violência, caracterizado de Lampião. Eu respondi para ele que não, que eu era uma pessoa que estudava a história do cangaço e que eu era ‘cultura ambulante’, até que ele concordou”, finalizou Laudemiro.

G1 PB

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