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Ministro diz aguardar para saber se caso Petrobras afeta transposição

O Governo Federal trabalha para terminar a transposição do rio São Francisco em 2015, mas o envolvimento de construtoras no escândalo da Petrobras pode influenciar o andamento das obras. Foi o que disse ontem o ministro Francisco Teixeira, da Integração Nacional, que abriu a série de entrevistas da 9ª edição do Debates Grandes Nomes, promovido pelo Grupo de Comunicação O POVO.

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Único ministro cearense na equipe de Dilma Rousseff, Teixeira comentou os sucessivos atrasos para a conclusão da transposição e defendeu a realização de concurso público para o Dnocs.

TRANSPOSIÇÃO
Teixeira afirmou que o Governo Federal trabalha para que a transposição do rio São Francisco, cuja conclusão foi adiada vezes seguidas, seja terminada em 2015.

ministro
Francisco Teixeira prefere aguardar para saber se caso Petrobras terá algum impacto na transposição

O ministro observou, contudo, que as denúncias em torno da Petrobras podem influenciar o andamento da obra, já que duas construtoras envolvidas no escândalo da estatal – Queiroz Galvão e Mendes Júnior – participam das obras da transposição.

“Os contratos que temos hoje finalizam em 2015. Precisamos aguardar melhor o que está acontecendo no caso da Petrobras – temos duas empresas que trabalham conosco no São Francisco, que não causam problema nenhum para nós. O São Francisco é um projeto absolutamente dentro da legalidade. Nunca houve paralisação por ordem do TCU (Tribunal de Contas da União). Estamos trabalhando para (concluir a transposição em) 2015”.

Questionado sobre os atrasos, Teixeira disse concordar com Dilma Rousseff quando a presidente afirmou que o governo subestimou o projeto.

“Efetivamente, a obra começou no fim de 2008 para 2009. 2011 e 2012 foram anos de adequação. O projeto executivo ficou pronto, houve a necessidade de se adequar os contratos. Novas licitações foram feitas. A obra é de grande complexidade, são quase 500 km de canais, 27 barragens, 14 aquedutos. O que a presidenta colocou foi isso: talvez, a gente subestimou”.

DNOCS
O ministro defendeu a realização de concurso público para o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e a ampliação da área de atuação do órgão para que ele possa ajudar estados do Sul que sofram com estiagem.

“Um órgão como o Dnocs, tendo sua amplitude territorial aumentada, poderia contribuir principalmente para construir grandes obras hídricas como barragens, obras de transferência hídrica”.

Para isso, segundo Teixeira, é preciso aumentar e qualificar o pessoal. “O que está faltando no Dnocs são os quadros que ele tinha no passado. É preciso concurso público para botar gente no Dnocs e uma condução essencialmente técnica”.

TECNOLOGIA
Indagado sobre as técnicas de gestão da água usadas em Israel, como a dessalinização, Teixeira afirmou que o país do Oriente Médio tem características distintas das do Ceará, a começar pela riqueza necessária para se investir em tecnologia cara.

“Israel tem água subterrânea e, pelo uso intensivo de capital, muita coisa de riqueza que não é gerada nem lá, é gerada em outras regiões do mundo pela comunidade judaica, inclusive Wall Street, eles conseguem ter o capital em boa quantidade para desenvolver tecnologias”, disse.

“O que a gente precisa fazer, como Israel faz, Espanha, Austrália, Estados Unidos, é começar a usar outras técnicas, que não são baratas. Dessalinização da água do mar custa mais de um dólar por metro cúbico. São dois dólares o metro cúbico da água de reuso. É preciso ter uma cultura estabelecida, excedente econômico e riqueza”.

 

Fonte: O Povo Online

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