Brasil

Para coveiro, Wellington não merecia ser enterrado

 O coveiro Leandro Silva, 25 anos, afirmou nesta sexta-feira que o corpo de Wellington Menezes de Oliveira, atirador que matou 12 alunos da escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste, "não merecia ter sido sepultado". O enterro ocorreu nesta manhã no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária. O atirador foi enterrado em uma cova rasa sem lápide como corpo não-reclamado.

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Silva, que trabalhou por dois anos no Cemitério do Murundu, onde algumas crianças foram enterras e onde Wellington afirmou, em carta, que também gostaria de ser sepultado (ao lado da mãe), disse que o enterro ocorreu entre 8h20 e 8h30 desta sexta-feira.

"O corpo veio dentro do carro da funerária da Santa Casa (de Misericórdia). Ele estava dentro de um caixão marrom lacrado. Entretanto, exalava um cheiro muito forte. Ele nem merecia ser enterrado", afirmou o coveiro.

Silva disse que não sabia o que falar a respeito do enterro. "Moro em Realengo. Isso foi um enterro diferente para mim, porque apesar de o corpo não ter sido reclamado, sabíamos quem estava dentro do caixão".

Após dezesseis dias no IML, o corpo do atirador saiu às escondidas para evitar assédio da imprensa e de curiosos, que aguardavam o reconhecimento do cadáver pela família. Segundo o diretor do órgão, parentes do assassino teriam até esta sexta-feira para cumprir o protocolo. Por isso, Wellington só seria sepultado na semana que vem.

O atirador foi sepultado em num lugar onde tem mais 5000 covas – onde ficam indigentes ou pessoas menos favorecidos financeiramente. "Depois de três anos de enterrado no local, o corpo é removido, e a ossada é cremada e as cinzas são descartadas", explicou o coveiro. Wellington foi sepultado como corpo não reclamado (quando a família não aparece para requerê-lo). É considerado indigente quando o corpo não é reconhecido.

Wellington deixou uma carta na qual pedia para ser sepultado de acordo com os rituais islâmicos, segundo confirma a União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil. No entanto, a organização deixa claro, em nota, que ele não tinha vínculos com a representação e a religião muçulmana. O atirador pediu também que, se possível, queria ser sepultado ao lado da sua mãe no cemitério Murundu.

Da redação Com IG

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