Paraíba

Cidades abastecidas por Coremas podem entrar em colapso

Açude de Coremas, no Sertão da Paraíba, pode atingir volume morto até fevereiro de 2018 (Foto: Reprodução/TV Paraíba/Arquivo)
Açude de Coremas, no Sertão da Paraíba, pode atingir volume morto até fevereiro de 2018 (Foto: Reprodução/TV Paraíba/Arquivo)

Pelo menos 13 municípios que são abastecidos pelo açude de Coremas, no Sertão da Paraíba, podem sofrer um colapso no abastecimento de água até o mês de fevereiro de 2018. A previsão é da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), caso não chova na região, não sejam concluídas as obras no eixo norte da transposição do Rio São Francisco ou construída uma adutora.

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Segundo o presidente da Aesa, João Fernandes, o açude que abastece as cidades está com 28,5 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 4,8% da capacidade total. Segundo ele, o reservatório só tem condição técnica para garantir abastecimento se estiver, pelo menos, com volume entre 15 milhões e 16 milhões de metros cúbicos de água. Abaixo disso, o manancial entra no volume morto.

Fernandes explica que, com a atual vazão usada para garantir o abastecimento das cidades e sem previsão de chuvas para os próximos meses na região, o volume de Coremas deve chegar ao volume morto entre janeiro e fevereiro do próximo ano. O cálculo foi feito com base na atual vazão liberada para o abastecimento da região, que varia entre 1500 a 1700 litros de água por segundo, segundo a Aesa.

Coremas abastece as cidades da região através de dois sistemas. Um leva água para Patos, Coremas, Cajazeirinhas, São Bentinho, São Mamede e Santa Luzia. Já o outro leva água para Pombal, Vista Serrana, Paulista, Catolé do Rocha, São Bento, Brejo do Cruz e Belém de Brejo do Cruz, através do Rio Piranhas.

O Rio Piranhas, que é perenizado pelo açude de Coremas, também levaria água para cidades do Rio Grande do Norte, mas por causa das atuais condições a Agência Nacional das Águas (ANA) autorizou a instalação de uma barreira no rio, na cidade de São Bento, impedido que a água passe para o estado vizinho.

Diante do problema e da situação de alerta, a Aesa alega que existem duas saídas para resolver o problema, ou ao menos garantir o abastecimento de água por mais tempo. A primeira alternativa é a conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco, Eixo Norte, que garantiria a recarga da bacia. A segunda alternativa é a construção de uma adutora entre o açude de Coremas e Pombal, o que reduziria as perdas.

Açude de Coremas está com apenas 4,8% da capacidade total, segundo Aesa (Foto: Iracema Batista / Arquivo Pessoal / Arquivo)
Açude de Coremas está com apenas 4,8% da capacidade total, segundo Aesa (Foto: Iracema Batista / Arquivo Pessoal / Arquivo)

“Como a água que abastece as cidades vai pelo rio, existem muitas perdas. Se fosse construída a adutora, a gente prolongaria o uso da água por mais meses, pois no lugar de usar a vazão de 1500 a 1700 litros de água por segundo, a gente reduziria para 700 litros por segundo, inibindo também a questão dos desvios”, explicou João Fernandes.

Ainda de acordo com João Fernandes, existe um projeto para a construção da adutora entre Coremas e Pombal, com parecer na Agência Nacional das Águas (ANA), Defesa Civil estadual e outros órgãos reguladores, mas o que falta é a liberação de uma verba do Governo Federal para a execução do projeto.

 

G1 PB

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