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“Quem sai armado tem mais chance de morrer”, diz autor do Mapa da Violência

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Tem lugar de relevo, na história dos estudos sobre violência e segurança pública no Brasil, um argentino nascido em Buenos Aires há 79 anos, filho de judeus poloneses que fugiram para a Argentina em 1944 a fim de escapar da perseguição nazista e da morte na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Julio Jacobo Waiselfisz, hoje coordenador de estudos da violência da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) e vivendo em Recife, é autor de um trabalho pioneiro de coleta, organização e consolidação de dados de homicídios no Brasil.

É de 1998 a primeira edição do Mapa da Violência, publicação que permitiu a observação (e o estudo para elaboração de políticas), ano a ano, de como e onde se matava e se morria no Brasil. Um espelho que revelava a face hedionda do país, negando a imagem autocriada do homem cordial brasileiro.

Por telefone da capital pernambucana, Waiselfisz, crítico de políticas que incentivem o armamento da população civil, se mostra taxativo sobre o assunto. “O indivíduo comum que sai à rua armado tem 60%, 70% mais chances de morrer em caso de conflito”, explica, citando pesquisas.

O sociólogo também se posiciona contra propostas de redução da maioridade penal e diz que o problema é de educação e não de segurança.

Ainda analisa a crise do sistema penitenciário brasileiro e vê o excessivo encarceramento como incentivador do próprio crime organizado. “Se encarceraram 720 mil [total hoje de presos, segundo o Ministério da Justiça], e a violência diminuiu? O tráfico diminuiu? Não é isso que se vê.”

UOL

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