Polícia prende mais dois estrangeiros na PB suspeitos de falsificação de documentos públicos brasileiros
A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, em continuidade às investigações que começaram no dia 12 de abril, identificou e prendeu mais duas pessoas suspeitas de envolvimento com o grupo criminoso especializado na falsificação de documentos públicos brasileiros. Foram presos o libanês Bahaeddine Nasser Rahal, 31 anos, e o iraquiano Hussein Ali Hussein, 30 anos, que estavam em um hotel localizado na orla do bairro de Tambaú, na Capital.
Eles foram presos na tarde dessa sexta feira (21), após denúncia anônima apresentada à DDF, informando que os suspeitos, que moram em São Paulo, teriam vindo a João Pessoa a mando da organização criminosa, para prestar auxílio a Saleh Alderaibi, 41 anos, Feras Ali Hussein, 43 anos, e Sandro Adriano Alves, 43 anos, presos no dia 12 de abril.
O suspeito Hussein Ali Hussein é irmão do iraquiano Feras. Já o libanês Bahaeddine mora no Brasil há mais de 8 anos. “Os suspeitos confessaram a atuação conjunta há vários anos, mas não quiseram apresentar detalhes. Foram encontradas nos celulares deles diversas conversas recentes entre os suspeitos Feras, Hussein, Bahaeddine e entre outros membros da organização criminosa, que confirmaram a atuação conjunta nas fraudes em investigação. As conversas dos suspeitos permitiram a identificação de outras pessoas que residem fora da Paraíba, motivo pelo qual permanecerão em sigilo até que todos eles sejam localizados e presos pela Polícia Civil”, disse o delegado de Defraudações e Falsificações, Lucas Sá.
Hussein e Bahaeddinne foram presos em flagrante pelo crime de organização criminosa e durante o plantão judicial tiveram as prisões convertidas em preventiva, mas apesar disso eles ainda serão apresentados ao juiz durante a audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (24). Por eles serem estrangeiros, as prisões foram comunicadas à Polícia Federal, Interpol e à embaixada do Iraque.
As investigações realizadas pela Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa mostram que a organização criminosa que os suspeitos fazem parte atua em diversos estados do Brasil, contando com um elaborado esquema criminoso e com a colaboração de funcionários públicos de diversos cartórios, negociando documentos públicos brasileiros (certidões de nascimento, identidades, passaportes e outros documentos) que depois são revendidos a pessoas da Arábia Saudita, Iraque, Síria, Líbano e Paquistão. Os cidadãos desses países não preenchem os requisitos para estadia legal no Brasil.
“Tais condutas representam uma grave ofensa às instituições públicas brasileiras, ao sistema de identificação e à segurança nacional, uma vez que a emissão de documentos públicos brasileiros pode facilitar a prática de crimes mais graves, como a abertura de empresas, contratação de empréstimos bancários, sonegação tributária, lavagem de dinheiro, imigração ilegal internacional e a obtenção de documentos por grupos extremistas, podendo ocasionar sanções internacionais ao Brasil, além da perda de credibilidade da documentação pública brasileira”, concluiu Lucas Sá.